Cancro oral

De acordo com a Ordem dos Médicos Dentistas, o cancro oral é o sexto cancro mais comum em tudo o mundo.

Cancro oral

De acordo com a Ordem dos Médicos Dentistas, o cancro oral é o sexto cancro mais comum em tudo o mundo e segundo os últimos registos oncológicos nacionais, “anualmente surgem cerca de 1600 novos casos de cancro da cavidade oral e faringe.

É também um dos que apresenta uma taxa de mortalidade mais elevada, afetando sobretudo homens a partir dos 45 anos.


Esta alta incidência está correlacionada com o diagnóstico tardio, principalmente devido a um elevado absentismo de idas ao médico dentista.


Portugal não foge a essa realidade. Segundo o mais recente Barómetro Nacional de Saúde Oral, 32,7% dos portugueses nunca visitam o médico dentista ou apenas o fazem em caso de urgência.


Para alterar este cenário, é necessário conhecer os principais fatores de risco e alertar para a importância do diagnóstico precoce.


A deteção precoce da doença aumenta consideravelmente as probabilidades de tratamento da doença.


O que é o cancro oral?


De acordo com a Classificação Internacional de Doenças, dá-se a denominação de cancro oral aos tumores malignos que afetam qualquer localização da cavidade oral.


Inclui os lábios, céu da boca, debaixo da língua, gengivas, garganta, amígdalas e faringe.

Em cerca de 90% dos casos, estes cancros são designados por carcinomas, afetando o tecido da mucosa oral.


A sua localização mais comum é no pavimento da boca (mucosa abaixo da língua), bordo lateral da língua e palato mole. Os restantes casos correspondem a formas mais raras de tumores e incluem os linfomas, sarcomas e melanomas.


FATORES DE RISCO


Os principais estão relacionados com o tabagismo e o consumo exagerado de bebidas alcoólicas. O hábito de fumar é mesmo apontado como a causa mais determinante. Estima-se que oito em cada 10 doentes com cancro oral já tenham tido esse vício ou que ainda o mantenham.


Esta relação deve-se aos danos que o tabaco provoca, em especial nas células do tecido local, razão pela qual os fumadores têm um risco cinco a sete vezes superior de desenvolver este cancro quando comparado com não fumadores.


A infeção pelo vírus do papiloma humano constitui também um importante fator de risco, sobretudo para os tumores da orofaringe.”


Outros fatores apontados são uma excessiva exposição solar dos lábios, um sistema imunitário mais frágil e uma dieta pobre em vegetais e fruta.


PRINCIPAIS SINTOMAS

Na sua fase inicial, o cancro oral é uma doença silenciosa. No entanto, gradualmente, as lesões manifestam-se de forma dolorosa.


Além da dor, podem estar associadas manchas, por norma brancas ou avermelhadas, acompanhadas de uma massa mais ou menos rígida, sendo também muito comum ter início a partir de uma úlcera, ou afta, que não cicatriza.


Qualquer lesão na boca que dure mais de 15 dias deve ser vista com urgência pelo médico dentista. O médico de família pode emitir um cheque diagnóstico para esse efeito.


Entre outros sinais identificados, aponta-se ainda a mobilidade dentária, perda de sensibilidade, dificuldade em engolir, dor de ouvidos ou aumento dos gânglios linfáticos.


DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO


A identificação dos vários tipos de cancro oral pode resultar de uma observação a olho nu. No entanto, caso o médico dentista ache necessário, deve ser feita uma biopsia ou exames de imagem como radiografia, ressonância magnética ou tomografia por emissão de positrões (PET).


Depois da confirmação do diagnóstico, o tratamento pode ser feito via cirurgia (seja para retirar o tumor ou reconstruir a área afetada) e radio ou quimioterapia, isoladas ou combinadas.


A identificação precoce é um fator essencial e está diretamente associada a melhores taxas de sobrevivência à doença.

Artigo por: Drª Isabel Alves

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